História
Três Arroios é assim denominado devido a três arroios que existem na área emancipada. A origem do nome se dá ao fato da localidade ser cortada por três arroios: napoleão, perdido e da Sede. O inicío da colonização ocorreu por volta do ano de 1917, quando famílias de imigrantes alemães chegaram na região.
Colonização
Em fins de 1915, já divididas todas as terras, água abundante, temperatura e relevo que lembrava a Europa, solo fértil onde era possível a cultura de todos os ramos agrícolas se inicia a colonização de Três Arroios.
No dia 02 de fevereiro de 1917, chegou a essas terras o alemão Rudolfo Frühwirt, com a função de agrimensor, auxiliado pelo também alemão Hans Meier, engenheiro civil responsável pelo nome do município por estar este localizado num vale que é atravessado por três riachos denominados, pelo próprio senhor Meier: Napoleão, da Sede e Lajeado Perdido. O senhor Rudolfo Frühwirt fixou residência e aqui viveu até a sua morte, com idade bem avançada. Além de agrimensor era um grande tocador de violino, o que justifica a tradição musical do nosso município.
No mesmo ano, fixaram-se também os primeiros colonos: Max Kammler, Oto Hennings e vários alemães russos, construindo diversas moradias nessa localidade.
O primeiro sacerdote que visitou Três Arroios foi o Reverendíssimo Pe. Teodoro Amstadt S. J. que se estabeleceu em Dourado em setembro de 1917.
Em 1918 chegou a Três Arroios o senhor Frederico Lörracher, carpinteiro, que iniciou uma fábrica de móveis, hoje ainda sendo uma das principais indústrias de Três Arroios, sob a denominação Zahner Indústria de Móveis.
Em 1919 a Companhia Colonizadora trouxe para cá os primeiros padres, da Congregação Franciscana, com o intuito de atrair colonos compradores de terra. Assim foi construída a primeira Igreja feita em madeira, que serviu também de escola. Os dois primeiros Padres Franciscanos que se estabeleceram foram: Frei Crisostomo Adams, de Blumenau e o Padre Fidelis Kamp de São Paulo.
O Padre Crisostomo iniciou a escola contando, no início com 20 alunos. Mais tarde, com a chegada das irmãs, mudaram sua residência para uma casa no alto da colina, a leste do vale.
Em 1920 chegaram às primeiras Irmãs Religiosas da Congregação Franciscana de Maria Auxiliadora, ficando para si o encargo da Educação, fundando a primeira escola.
Sentiu-se a necessidade de construir uma nova igreja e o trabalho foi executado com muito sacrifício, uma vez que as tábuas tinham que ser serradas a muque, até que mais tarde a Empresa Colonizadora conseguiu uma serraria portátil. Os próprios padres juntamente com o povo trabalhavam na construção da nova igreja.
Para essa nova Igreja foi escolhida como Padroeira Nossa Senhora de Lourdes e no dia 19 de março de 1920 foi celebrada a primeira missa na Igreja ainda em construção. No dia 02 de agosto desse mesmo ano ficou pronta a Igreja e no dia 15 de agosto por ocasião da festa da Assunção de Nossa Senhora ao Céu foi celebrada sua inauguração com grande festa. Essa festa originou a tradicional festa de Kerp ainda celebrada todos os anos em agosto, ao invés do dia 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes.
Conforme as estatísticas da época (Livro Tombo nº 1 da Paróquia Santa Isabel da Hungria), Três Arroios contava com 278 famílias católicas e 28 protestantes. Mesmo que esta região havia sido destinada para ser essencialmente católica, com a entrada de protestantes (evangélicos), não alterou em nada a vida religiosa do povo, muito pelo contrário, sempre houve um bom relacionamento entre católicos e protestantes, num verdadeiro espírito de ecumenismo.
Em 1923, Três Arroios chegou a sentir as consequências da Revolução de sucessão à Presidência do Rio Grande do Sul, onde, quase durante todo o ano guerrearam entre si os dois partidos: Assistas e Borgistas. Ainda, nesse ano o bispo de Santa Maria D. Eusébio Rocha visitou-nos. No ano seguinte, no dia 17 de fevereiro, foi inaugurada a capela dos Protestantes cujos convidados foram os ?Italianos? de Nova Itália (Severiano de Almeida), provando desde lá a harmonia existente em Três Arroios.
Em 1925, com o Pe. Huberto Heller, Três Arroios provou que a fé e a vivência religiosa cresciam e floresciam sempre mais através da celebração do ?Katholikentag? ? uma espécie de congresso de católicos, que teve a duração de três dias, para o evento foi organizada uma comissão cujos membros eram: Hugo Steffens, Nicolau Both, José Vogel, Filipe Kops e João Kops. O resultado da primeira reunião foi a fundação da sociedade denominada ?União da Defesa Autocrática? (União Popular)., destinada a zelar e prover o bem-estar da população, resultando disso, logo a seguir, a criação da Caixa Rural, que era uma espécie de banco.
Em dezembro de 1925, fundou-se a congregação das Filhas de Maria, recebendo a fita azul (o símbolo da Congregação) das mãos do Bispo D. Atico Eusébio de Rocha. Nessa ocasião, fundou-se a Congregação Mariana de Três Arroios. Nesse ano, a escola já contava com 130 alunos e fundou-se a União Franciscana para os meninos e moços.
As estatísticas desse ano apontam 126 famílias católicas, 28 protestantes, 112 italianas, 38 polonesas e 2 brasileiras.
Em 1926 fez-se a estrada que liga Três Arroios à sede do município Boa Vista Do Erechim (atual cidade de Erechim).
Muito importante foi a contribuição das Irmãs Franciscanas de Maria Auxiliadora na colonização de Três Arroios, no trabalho da Igreja e da escola, trabalho esse que se prolongou de 1920 até 1977.
A partir da instalação das Irmãs na casa dos padres, elas tomaram para si o encargo da escola, a qual abrigava cada ano que passava, mais e mais alunos. Em 1926 o número de alunos se elevara para 130, sendo necessária a ampliação da casa que servia de residência e de escola, com mais três salas de aula. A escola passou a denominar-se Escola Nossa Senhora de Lourdes, pois fazia parte do mesmo complexo da Igreja.
A empresa Colonizadora apoiava o ensino com subvenções, e esse se desenvolvia parte em alemão e parte em português.
O ano de 1927 não foi muito tranquilo para Três Arroios, pois em janeiro rebentou uma revolução que punha em perigo este lugar. Para prevenir qualquer movimento imprevisto, organizou-se, através da União da Defesa Autocrática o Selbstschutzverein (acordo que declarava Três Arroios zona neutra). Esse gesto do povo foi respeitado, ficando Três Arroios livre de qualquer acontecimento desagradável advindo da revolução. Em junho abriu-se o Jardim da Infância com 33 crianças.
Em 15 de dezembro de 1938, a Escola recebeu seu registro Estadual. As Irmãs também davam aula de piano, canto, trabalhos manuais e muito se dedicaram a apresentações de belas peças teatrais. Ainda tomaram para si, com o passar dos anos, o trabalho pastoral de catequese, os cuidados de limpeza e ornamentação da Igreja, a fabricação de velas para a Igreja, a confecção dos paramentos (vestes usadas pelos padres nas celebrações litúrgicas), toalhas dos altares e outros materiais necessários e usados na Igreja.
Com o crescer da população e com a instalação das irmãs na casa do alto da colina, tornou-se necessário uma nova Igreja, pois essa se tornara pequena para abrigar a todos.
Assim, foi marcada uma reunião com a população e formada uma comissão construtora constituída pelos senhores Felipe Kops, João Biesus, Luiz Pizinatto, José Nicknick e Eduardo Wieczorek.
Escolhido o local, ficou determinado que a padroeira fosse Santa Isabel da Hungria, santa de grande devoção franciscana, por Ela ter pertencido em vida à ?Ordem Terceira? e emperrar o verdadeiro espírito franciscano.
Segundo relatos dos moradores mais antigos e segundo inscrição na pedra fundamental, a construção do imponente templo iniciou-se em 1932, com uma característica particular: toda frente e boa parte das laterais e seus fundamentos seria de pedra bruta extraída da própria comunidade, trabalhada e talhada pelos próprios moradores de Três Arroios. Esses ao serem convocados ao trabalho não mediam esforços, bem como demonstravam uma grande generosidade nas doações feitas, em favor da construção. Essa construção teve a sua frente o incansável e trabalhador Frei Leonardo Stok, vigário da época, o qual também não media esforços nos trabalhos espirituais e mesmo materiais, ajudando a serrar madeira, transportando pedras, providenciando todo o material de que a construção pudesse necessitar.
O trabalho da construção era lento e duro, nada fácil, pois pela precariedade de instrumentos de trabalho na época, o que mais contava era a força física. As pedras, as torras de madeira, as tábuas, tudo era transportado com carroças puxadas a bois e carregadas a muque.
Auxiliou nos trabalhos de talhe das pedras o senhor Bruder Egídio Lother, pois era exímio talhador.
Após muitos sacrifícios, na data de 8/12/38, realizava-se a inauguração, mesmo não estando pronta, pois ainda faltava o telhado e as janelas. Frei Leonardo, por delegação do Sr. Bispo Diocesano D. Antônio Reis abençoa solenemente a nova Igreja. Frei Alípio Both, filho desta terra, teve o privilégio de celebrar sua primeira missa sacerdotal, nesse novo templo, por ocasião da sua inauguração.
Em 1940, ficou pronta, linda e majestosa, com uma variedade de estilos arquitetônicos e pintura das paredes em sirex e pena. Pela sua beleza logo foi chamada de Matriz.
Em 16/4/1942, foi propriamente Consagrada a Igreja Matriz, pelo Bispo Diocesano de Santa Maria, ao qual pertencia nossa Igreja, D. Antônio Reis, em uma grandiosa festa.
A partir de 1943, a festa de aniversário da inauguração passou a ser realizada no dia 19 de novembro por ser o dia dedicado a Santa Isabel, padroeira da Igreja. Também nesse ano ficou pronto o altar-mor e adquiridas as estátuas de São Roque, o Calvário e Santa Isabel, ainda hoje presentes na Igreja. A bênção das estátuas aconteceu na festa do dia 15 de agosto, que ia se transformando, além de festa religiosa em uma festa tradicional alemã ?Kerb?. Cada vez mais esta festa se revestia de brilho e participação. Nesse ano, ainda, com a ajuda da comunidade, que estava sempre pronta a colaborar, foram adquiridos os três sinos, os quais ainda hoje soam maravilhosamente, convidando os fiéis para as obrigações religiosas.
A construção de nossa Igreja com seu altar, imagens e esculturas, adquire um toque particular, tornando-a única em toda a região e porque não dizer do próprio Rio Grande do Sul.
É possível ver nos seus vitrais, o nome de alguns colaboradores. Temos a certeza, porém, que todas as pessoas da época, mesmo no anonimato contribuíram com alegria e dedicação, para concretizar a obra a que tinham se proposto e a deixar a seus descendentes e a todos que se tornarem filhos dessa terra ou ela visitarem, uma obra digna de adoração e reconhecimento.
Como os franciscanos, quando aqui vieram como mensageiros da fé, sempre se acomodaram e fixaram residência na casa mais disponível, não tiveram como preocupação primeira, o conforto pessoal. Tanto assim que, quando da chegada das Irmãs, eles prontamente cederam sua moradia a elas, sem pensar na sua desinstalação.
Tendo que descer a ?serra?, construíram uma simples casa de moradia, bem pequenina, bem humilde, sem prever uma casa que viesse satisfazer as necessidades de uma futura paróquia.
Porém, com o crescer da comunidade, a construção da nova igreja e também porque aqui se cogitava abrir um pequeno seminário é então projetada, a construção de uma casa paroquial que atendesse essas necessidades.
Assim foi que nos primeiros dias de dezembro de 1943, conseguiu-se a devida licença, com aprovação da planta para a construção da nova casa paroquial. Quem dirigiu os trabalhos foi o próprio padre, Frei Silvério Foecker, muito prático em construção.
Era necessário, além da pedra bruta para os alicerces, providenciar a madeira, ainda muito abundante naquela época. Na chácara da igreja havia três gigantescos pinheiros, chamados pelos padres de: ?o russo, o norte americano e o inglês?. Foram eles os escolhidos para darem a madeira para essa construção. Os próprios padres, de serra e machado em punho, fizeram a derrubada das árvores e o preparo da madeira.
No dia 09/04/1944, é inaugurada solenemente a nova casa canônica, com grande festa. Era dia de Cristo Rei e na ocasião 92 crianças fizeram sua Primeira Eucaristia. Frei Fidêncio Feldmann, secretário da Província e, mais tarde vigário dessa paróquia, procedeu a sua bênção.
Durante o ano de 1956, ouviram-se rumores de que os Padres Franciscanos, da província da Imaculada Conceição, deveriam deixar a paróquia de Três Arroios, da qual com tanto zelo, dedicação e entusiasmo cuidaram por longos 40 anos, pois a Província iria retirar todos seus padres do Estado do Rio Grande do Sul. E na tarde do dia 13/ 01/ 1957, sob intenso aguaceiro, despediram-se desta paróquia, os intrépidos apóstolos da fé. Foi com imenso pesar que toda a comunidade despediu-se daqueles que foram, sem sombra de dúvida, grandes colaboradores da vida de Três Arroios.
Porém, como tudo na vida é passagem, a tristeza do povo se transformou em doce saudade e, apesar dela, o povo nesse dia, sentiu-se feliz porque junto com a despedida, realizou-se a recepção e posse dos Padres Diocesanos (Seculares) que assumiram o legado que os Franciscanos estavam deixando. Eles assumiram com o mesmo espírito de fé, dedicação e trabalho nossa paróquia, estendendo seus trabalhos até hoje.
A saudade continua viva na lembrança de todos que aqui vieram, mas vai ser sempre amenizada pelas obras deixadas, pelas construções e pela influência religiosa, pois se pode atribuir a essa influência o surgimento de muitas vocações sacerdotais e religiosas, nessa região.
Após a saída dos padres Franciscanos, assumiu nossa paróquia, como primeiro pároco, o Pe Tarcísio Utzig, tendo como coadjutor o Pe Geraldo Moro. O Padre Tarcísio além dos encargos específicos de sacerdote, passou a ocupar-se da catequese das crianças, a exemplo dos primeiros padres franciscanos.
Em 13 / 05 / 1962, assumiu como vigário o Pe Wolfgan Grabosch, sendo ele estrangeiro. Padre Grabosch, como era chamado pela comunidade, além da parte religiosa, também participava de atividades sociais. Foi ele que junto com outros líderes fundaram a SATA (Sociedade Amigos de Três Arroios), entidade com registro de utilidade pública, que a exemplo da antiga ?União Popular?, procurava promover a Comunidade com recursos, visando integrar Três Arroios, ao crescente desenvolvimento social.
Em 25 de maio de 1962, com a transferência do Padre Wolfgan, que deixava o Brasil para voltar à Alemanha, sua terra natal, dá-se a posse do novo vigário, Pe José Inácio Werlang. Padre José Inácio foi um padre muito zeloso e muito querido por todos. Foi durante sua permanência e no desenvolvimento de seu trabalho pastoral, que a comunidade sentiu a necessidade de construir um salão paroquial condizente com os trabalhos e programações da população, pois o que tínhamos, era já muito pequeno para as atividades desenvolvidas. Mais uma vez, a população mobilizou-se, participou e com muito sacrifício, doando madeira, sacos de soja, dias de trabalho e até mesmo dinheiro, viu-se recompensada com a obra, cuja utilidade, até hoje, é incontestável.
Padre Inácio (como era chamado) era um amante da música. Sob sua regência e instrução, Três Arroios pôde contar, nessa época, com um belo coral que além de animar as missas apresentava-se nas cidades vizinhas.
Nesse tempo, mais um fato marca a história de Três Arroios. O primeiro conjunto musical da comunidade grava um disco, ?Os Cometas?, dessa forma engrandeceram e propagaram a tradição musical aqui existente.
Contam, os mais antigos, que com o eclodir da II Guerra Mundial, por medo de sofrer perseguições nazistas, como em Três Arroios, haviam patrícios seus, e com os padres aí residentes também eram estrangeiros europeus, Josef Mozer, se transferiu, usando como meio de transporte sua carroça, para casa desses padres, aqui em Três Arroios, buscando um esconderijo para si e para sua obra de arte, a qual doou posteriormente para a igreja, em sinal de gratidão.
Inicialmente esta réplica ficou escondida, por medo de represálias por parte dos alemães. Mas aos poucos, e com o tempo, esta réplica foi despertando grande devoção particular entre o povo de Três Arroios. Assim, em 1977, familiares do também imigrante austríaco João Zahner, restauraram sua pintura e esta passou a ser exposta a todo o povo da região.
Hoje ela ocupa lugar de destaque não só em Três Arroios, nosso município, mas em nível regional, estadual e nacional, pois todo ano, no primeiro domingo da Quaresma, é realizada uma grande Romaria, atraindo romeiros de todos os lugares, inclusive do Estado do Paraná. O restante do ano ela fica exposta para visitações e orações, no interior da Igreja.
É tanta a beleza e importância dessa obra que, no ano de 2001, para as festividades alusivas à semana do município, com a presença de várias autoridades, inclusive o representante Estadual dos correios e telégrafos do Rio Grande do Sul, e de familiares do Senhor Josef Mozer, residentes ainda em Treze Tilhas, ela tornou-se Selo, sendo reconhecida e espalhada em todo território nacional e fora dele também.
Em 15 de janeiro de 1978, assumiu nossa paróquia, o Padre Ivo Antônio Moehleke. Padre de um otimismo e alegria sem igual, contagiava a todos com o som de sua gaita, suas brincadeiras e sua expansividade. Após essa data seguiram-se vários Padres: Pe Wilibaldo Rambo, Pe Antônio Dalla Mea, Pe José Kosminski, Pe Eolino Bortolanza, Pe Avelino Backes, dentre outros. Atualmente está em nossa Paróquia o querido e estimado Pe Milton Lay Mattia.
Com o Padre Avelino Backes e novamente com auxílio da comunidade foi construída uma nova Casa Canônica. Sua inauguração aconteceu em maio de 1988. A antiga Casa Canônica ficou a disposição da comunidade. Com a emancipação de Três Arroios, em 1987, e a consequente eleição municipal em 15 de novembro de 1988, o novo Município precisava, então, de um local para instalar a Prefeitura. O prédio que até esse ano era a moradia dos Padres e agora estava vazia, servia perfeitamente para a função. Com a posse do primeiro prefeito, para o início das atividades da Prefeitura, a antiga Casa Canônica foi alugada para esse fim.
Com o passar do tempo, a população de Três Arroios se reúne para buscar benefícios e em trabalho conjunto luta pela emancipação do atual distrito.
Após vários debates entre as lideranças da comunidade e expressivo número da população, procurando sempre analisar as condições, confrontando-as com a Lei Complementar nº 1, de nove de novembro de 1967, a qual estabelece os requisitos mínimos para a criação de novos municípios, chegou-se a conclusão que nossa localidade possuía todos os requisitos necessários à criação de um novo município. Em virtude dessa constatação, com apoio de todos os presentes, foi eleita a Comissão Emancipadora.
Os trabalhos dessa comissão andaram rápidos e em 20 de setembro de 1987 realizou-se o plebiscito que decidiu pela emancipação de Três Arroios. Lei de criação do Município Lei Estadual nº 8422 de 30 de novembro de 1987, instalação do Município em 01 de janeiro de 1989, com a posse do Primeiro Prefeito eleito, Valmor Salvi, Vice Prefeito Jose Zahner.
O Município de Três Arroios está localizado na região Alto Uruguai, ao norte do Estado, no Planalto Riograndense. Sua altitude é de 760 metros acima do nível do mar e ocupa uma área total de 145 Km². Está distante de Porto Alegre 380 quilômetros e de Erechim, cidade polo 28 quilômetros.
Liga-se a BR 153 por acesso asfaltado de dois quilômetros. Essa BR faz a comunicação de Três Arroios aos municípios de Severiano de Almeida e Erechim e ao resto do país. Por essa localização privilegiada, moradores dos municípios de Mariano Moro, Severiano de Almeida e também do Distrito de Dourado passam por aqui quando necessitam dirigir-se para a cidade de Erechim.
Três Arroios, faz limite com as cidades de Mariano Moro e Severiano de Almeida ao Norte, Gaurama e Erechim ao Sul, Viadutos e Gaurama a Leste, Erechim e Aratiba a Oeste.
Seu relevo integra o Planalto Meridional do Brasil. É predominantemente acidentado, com relevo ondulado.
Tem clima temperado semelhante ao clima Europeu. O inverno é a estação mais característica com formação de geadas espessas e, não raro, neblina matinal.
Sua vegetação é de floresta subtropical com ocorrência da araucária (mata dos pinhais).
A hidrografia é composta, principalmente, pelos rios: Napoleão, da Sede e Lageado Perdido.
Três Arroios têm uma área total de 140 Km² – 14.000 ha.
Crescimento Comercial
A Empresa Colonizadora Luce-Rosa & Cia Ltda é uma das empresas privadas que de acordo com a Legislação 1899/1900, teve a permissão da Inspetoria de Terras para colonizar o Rio Grande do Sul. Sua sede social era em Porto Alegre e foi fundada em 1915, atuando no norte do nosso Estado, a partir de 1916.
Entre os anos de 1915 a 1917, adquiriu diversas áreas de terras, com cerca de 410.000.000 m² (C. E. S. E., in, 1979: 131), como indenização de outras terras desapropriadas pelo Governo do Estado. A Empresa instalou em Gaurama (Barro) seu escritório e foi responsável de 1916 até 1926, pelo assentamento de mais de 1000 famílias de colonos estrangeiros, principalmente alemães e italianos e outras famílias nascidas no Brasil, provindas das antigas regiões coloniais do Estado, já adaptadas aos nossos usos e costumes.
Fundou quatro povoações, dividindo os terrenos e chácaras, com os respectivos arruamentos: Três Arroios, Severiano de Almeida (Sob o nome de Nova Itália), Dourado e Aratiba (sob o nome de Rio Novo). Nessas povoações foi responsável pela instrução, religião e meios de comunicação. Em Três Arroios, fundou o convento das Irmãs Franciscanas, em Dourado e Aratiba foi responsável pelo estabelecimento do ensino primário e contribuiu com somas importantes para a construção de Igrejas nas suas colônias.
O território conta de 3.641 colônias, cada uma com 25 a 40 hectares de terra, todas possuindo água corrente.
A medição iniciou-se no final do ano de 1915, época em que se iniciou também a construção de uma estrada de rodagem partindo de Barro. Essa estrada foi concluída em 24 de julho de 1917, de Barro até Três Arroios e, em setembro do ano seguinte concluída de Três Arroios a Nova Itália (atual Severiano de Almeida). A 14 quilômetros da estrada entre Barro e Três Arroios foi fundada a vila de Santo Antônio, sendo seu primeiro morador o senhor Adão Becker, o qual chegou aos 16 de janeiro de 1917.